terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Igualdade dos homossexuais e liberdade: a posição de Bento XVI

Esclarecimento do porta-voz vaticano
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- O discurso que Bento XVI pronunciou no dia 1º de fevereiro aos bispos da Inglaterra e Gales despertou muitas críticas em jornais e blogs, que acusam o Papa de ingerência, por falar de um projeto de lei britânico sobre igualdade dos homossexuais. O porta-voz da Santa Sé considera que as palavras do pontífice não foram compreendidas adequadamente, pois “assegurar que a igualdade de oportunidades para todos é um objetivo nobre. No entanto, em certos casos, tenta-se alcançar isso com leis que impõem limites injustos à liberdade das comunidades religiosas para atuar segundo suas próprias convicções”.
“Se estas leis contradizem a lei natural, compromete-se o fundamento que garante a igualdade e, portanto, o direito de desfrutar da igualdade de oportunidades”, esclarece o padre Federico Lombardi, S.J., no último editorial de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano.
O Papa explicou aos bispos britânicos que o país deles “é bem conhecido por seu firme compromisso com a igualdade de oportunidades para todos os membros da sociedade. No entanto, o efeito de algumas das leis destinadas a alcançar esse objetivo tem imposto limitações injustas à liberdade das comunidades religiosas para atuar de acordo com suas crenças”.
Quando o pontífice pronunciou suas palavras, os parlamentares britânicos estavam analisando uma lei radical de igualdade que provocou críticas de vários setores.
Algumas instituições, não só católicas, denunciaram que esta lei, por exemplo, busca que as paróquias os escolas contratem professores de religião que promovam abertamente os comportamentos homossexuais.
As palavras do Papa, segundo o padre Lombardi, “tocam um ponto crítico dos debates sobre a igualdade dos direitos, sumamente atuais em muitos países do mundo; debates que envolvem aspectos fundamentais da visão de homem: o direito à vida, sexualidade, família...”
O sacerdote jesuíta considera que o magistério do Papa “não é uma intromissão da Igreja na dinâmica social e política, mas uma devida – e portanto valente – manifestação de suas posições a serviço do bem comum”.
O porta-voz vaticano cita o rabino chefe das Congregações Judaicas Unidas de Commonwealth, Lord Jonathan Sacks, que, alertando do uso ideológico do tema da igualdade dos direitos, denuncia que pode ser utilizado para atacar as religiões.
No The Times, o rabino escreveu que, “em vez de ver as palavras do Papa como uma intervenção inadequada, deveríamos utilizá-las como estímulo para empreender um debate honesto sobre onde há que situar a linha que separa nossa liberdade como indivíduos de nossa liberdade como membros de comunidades de fé. Uma não se pode alcançar sacrificando a outra”.
Por esse motivo, o padre Lombardi conclui: “não só os católicos veem o problema; é um problema para todos, que se deve enfrentar com honestidade, se quisermos construir juntos uma sociedade melhor”.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Vamos demolir o Cristo Redentor


Dom Anuar Battisti    -   Arcebispo de Maringá
 Maringá, 14 de janeiro de 2010

O Presidente Lula, publicou um Decreto no dia 21 de dezembro de 2009, com o titulo: “Programa Nacional dos Direitos Humanos”. Uma das mudanças é a retirada de símbolos religiosos das repartições públicas, como por exemplo, os crucifixos. Isto não fere os direitos humanos, mas a liberdade religiosa de um país que nasceu sob o signo da cruz; lembrando que o Brasil foi chamado em primeiro lugar de  “Terra de Santa Cruz”. O símbolo será sempre símbolo;  os que acreditam, respeitam; para os que não acreditam, não é necessário se incomodar. Se essa moda pega, corremos o risco de ver o Cristo Redentor,  sinal visível do Salvador, marca registrada do Rio, monumento patrimônio da humanidade, sendo demolido.

Outra mudança com a qual  não podemos concordar é a despenalização do aborto. Dada a pressão, o Presidente já concordou em retirar do programa. Esta cláusula foi colocada certamente pelas mulheres que defendem o direito de decidir sobre seus corpos, considerado unicamente como objeto de prazer. Onde está a dignidade da mulher quando se deixa levar pela  mentalidade do “carpe diem”; aproveite agora, não existe outro mundo melhor a não ser o do prazer?  O liberalismo sexual é a causa principal do uso de drogas, da proliferação do vírus HIV etc. Queremos e defendemos a vida desde a concepção até a morte natural. A vida é sagrada, como é sagrada a Palavra de Deus, a Bíblia.

Outro objetivo do Programa é a legalização do casamento entre homossexuais. Não condenamos os homossexuais; respeitamos e acolhemos como pessoas humanas que precisam alcançar a perfeição como qualquer outro ser humano. Agora, legalizar a união entre dois seres humanos do mesmo sexo e dar-lhes direitos iguais, significa institucionalizar o pecado, deixando de lado todo e qualquer norma do evangelho. A norma das normas é a Palavra de Deus. Condenamos o pecado, mas amamos o pecador. Se enveredarmos por este lado, não existirá mais referencial nenhum para a educação e a formação da consciência. Os valores da ética e da moral nunca poderão ceder aos caprichos do ser humano.

Outro ponto que discordamos é dar aos homossexuais o direito de adoção. Por que tantas  dificuldades e normas absurdas quando um casal quer adotar um filho? Por que não facilitar o direito  dos casais que não podem gerar ou mesmo tendo seus filhos, queiram adotar sem passar pela interminável burocracia? O católico país “Portugal” legaliza o casamento gay e nega a adoção. O argumento para a legalização, é o fato de que se torna cada vez mais difundido a prática homossexual. Certas práticas não podem ser o único critério para legitimar as mudanças.  Será que não vamos chegar a legalizar a corrupção, a droga e outras práticas tão comuns no mundo de hoje?

Este ano, teremos a oportunidade de escolher os líderes políticos para dirigir o país. Fiquemos de olho para saber quem está com quem, o que pensam e fazem hoje os homens que amanhã merecerão a nossa confiança nas urnas.

Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2010/01/19/vamos-demolir-o-cristo-redentor/

Igreja em São Paulo convoca leigos para refletirem sobre sua missão

Arquidiocese promove primeiro congresso do laicato

SÃO PAULO, terça-feira, 19 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- A arquidiocese de São Paulo convoca este ano os leigos para refletirem sobre sua vida e missão na Igreja.

No dia 25 de janeiro inicia o 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos. Tem como objetivo suscitar um grande envolvimento do laicato na reflexão sobre a vocação própria dos cristãos leigos e sua participação na vida e na missão da Igreja.

Segundo explica o cardeal Odilo Scherer, em nota difundida hoje na página da internet da arquidiocese, o Congresso foi pensado como um processo envolvente, com várias etapas, devendo durar o ano de 2010 por inteiro.

Tem como tema “cristãos leigos, discípulos e missionários de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”, e lema “vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13.14).

“O Congresso será uma boa ocasião para que o laicato, organizado ou não, reflita sobre sua vida e missão, enquanto membros da Igreja, e elabore projetos de ação”, afirma o arcebispo.

O cardeal Scherer destaca que “como parte da conversão pastoral da Igreja, também se faz necessária uma nova consciência cristã e eclesial do laicato e, expressões novas de sua participação na missão da Igreja, segundo a condição que lhes é própria”.

Dom Odilo enfatiza que “o cumprimento da missão de nossa Igreja depende” dos leigos “em grande parte”.
Para “sermos mais e mais uma Igreja discípula e missionária de Jesus Cristo na grande cidade de São Paulo, é preciso que os leigos se formem e se envolvam na conversão pastoral e missionária de nossa Igreja, como pede a Conferência de Aparecida”.

Numa primeira etapa do Congresso, durante todo o primeiro semestre, os leigos serão convidados a se envolverem na proposta do evento em âmbito local, nas paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, associações, novas comunidades.

“Haverá um Manual, contendo as indicações metodológicas e de conteúdo para as reflexões e ações propostas; haverá também um Regulamento, a indicar as responsabilidades, a organização e o desenvolvimento das ações do Congresso”, explica.

A segunda etapa será de âmbito regional e se desenvolverá nos meses junho a agosto, na forma de oficinas temáticas.

“Muitos serão os temas que poderão ser objetos de oficinas, reunindo leigos de competências profissionais, interesses e responsabilidades sociais e eclesiais afins: educação, família, saúde, justiça, política, responsabilidades sociais várias, comunicação etc.”

Será uma oportunidade para que os leigos se perguntem “como podem ser discípulos missionários de Jesus Cristo, de maneira nova e mais eficaz, nos espaços da vida social e nas ocupações que mais lhes dizem respeito”.

A terceira etapa será de âmbito arquidiocesano. Terá como horizonte a vida e a missão do laicato e de suas múltiplas organizações e iniciativas no conjunto da vida e da missão da Igreja em São Paulo, explica o arcebispo.

“São os leigos que estão em contato direto com as muitas realidades da cidade e lá devem introduzir o sal, o fermento e a luz do Evangelho. Será o momento para a elaboração de projetos para uma nova ação do laicato em São Paulo”, afirma Dom Odilo.

Esta fase encerra-se com um congraçamento de leigos no parque Ibirapuera, no Dia Nacional dos Leigos, 21 de novembro, Domingo de Cristo Rei.

“Será o momento de colher os resultados do caminho feito ao longo do ano e de ver onde o laicato quer e pode se envolver na vida e na missão da Igreja e na cidade”, assinala o arcebispo.

Ao afirmar que nutre “grande esperança” que o congresso “trará muitos frutos”, o cardeal convida e estimula todos os leigos a se interessarem pelo evento e a participarem de suas iniciativas e ações.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lembrando que os Guerreiros de Cristo estarão de volta no dia 31/01/10 no salão paroquial às 15:30 horas.

Jesus também foi uma criança refugiada

Intervenção do Papa no Ângelus de hoje

CIDADE DO VATICANO, domingo, 17 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Apresentamos, a seguir, as palavras do Papa Bento XVI durante a oração do Ângelus de hoje com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs:

No domingo de hoje se celebra o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. A presença da Igreja ao lado dessas pessoas foi constante no tempo, alcançando objetivos singulares no começo do século passado: basta pensar nas figuras do bispo beato Giovanni Battista Scalabrini e de Santa Francesca Cabrini. Na mensagem enviada para a ocasião, chamei a atenção sobre os migrantes e refugiados menores de idade. Jesus Cristo, que, ainda recém-nascido, viveu a dramática experiência do refugiado devido às ameaças de Herodes, ensina seus discípulos a acolherem as crianças com grande respeito e amor. Também a criança, seja qual for sua nacionalidade ou a cor da sua pele, deve ser considerada antes de tudo e sempre como pessoa, imagem de Deus, e deve ser protegida e tutelada contra todo tipo de marginalização e exploração. Em particular, é necessário colocar todo cuidado para que os menores que estão morando em um país estrangeiro tenham garantias no âmbito legislativo e sejam sobretudo acompanhados nos inúmeros problemas que devem enfrentar. Enquanto animo vivamente as comunidades cristãs e os organismos que trabalham no serviço aos menores migrantes e refugiados, exorto todos a manterem viva a sensibilidade educativa e cultural com relação a eles, segundo o autêntico espírito evangélico.

Hoje à tarde, quase 24 anos depois da histórica visita do venerável João Paulo II, irei à grande sinagoga de Roma, chamada de Templo Maior, para encontrar a comunidade judaica da cidade e abrir uma nova etapa no caminho da concórdia e da amizade entre católicos e judeus.

De fato, apesar dos problemas e dificuldades, entre os crentes das duas religiões se respira um clima de grande respeito e diálogo, testificando o quanto esta relação amadureceu e o empenho comum de valorizar o que nos une: a fé no único Deus, antes de tudo, mas também a tutela da vida e da família, a aspiração à justiça social e à paz.

Recordo, finalmente, que amanhã começará a tradicional Semana de Oração pela Unidade dos cristãos. Todos os anos, para os que creem em Cristo, ela constitui um tempo propício para reavivar o espírito ecumênico, para encontrar-se, conhecer-se, rezar e refletir juntos. O tema bíblico, retirado do Evangelho de São Lucas, recolhe as palavras de Jesus Cristo ressuscitado aos apóstolos: “Vós sois as testemunhas destas coisas” (Lc 24, 48). Nosso caminho do Evangelho de Cristo será mais crível quanto mais estivermos unidos em seu amor, como verdadeiros irmãos. Portanto, convido as paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos eclesiais a rezarem incessantemente, de modo particular durante as Celebrações Eucarísticas, pela plena unidade dos cristãos.

Confiamos estas três intenções – nossos irmãos migrantes e refugiados, o diálogo religioso com os judeus e a unidade dos cristãos – à maternal intercessão de Maria Santíssima, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.

Fonte: http://www.zenit.org/article-23821?l=portuguese

Eu fui abortada!

Depoimento de uma sobrevivente ao aborto

http://www.giannajessen.com

É sabido que “um dos problemas” dos abortos é que por vezes o bebe nasce vivo e tem de ser morto — muitas vezes sufocado na placenta ou, então, jogado no lixo. Contudo, há casos em que o bebe não só nasceu vivo como sobreviveu. O que se segue é o testemunho de uma menina que sobreviveu ao aborto. Este depoimento foi feito perante a “Constitution Subcommittee of the House Judiciary Committee”, em 22 de Abril de 1996.

“O meu nome é Gianna Jessen e tenho 19 anos. Nasci na Califórnia mas atualmente vivo no Tennessee. Fui adotada e tenho paralisia cerebral. A minha mãe verdadeira tinha 17 anos e estava grávida de sete meses e meio quando decidiu fazer um aborto por solução salina. Eu sou a pessoa que ela abortou. Mas em vez de morrer sobrevivi.

Felizmente para mim, o abortador não estava na clínica quando eu nasci com vida, pelas 6 horas da madrugada de 6 de Abril de 1977. Eu fui precoce: a minha morte não estava prevista para antes das 9 horas, altura em que o abortador deveria começar a trabalhar. Tenho a certeza que não estaria aqui hoje no caso de o abortador estar na clínica, uma vez que o seu trabalho é matar: não é salvar. Algumas pessoas disseram que eu sou um aborto de carniceiro, um aborto falhado.

Houve muitas pessoas que presenciaram o meu nascimento: a minha mãe e outras moças novas que estavam na clínica à espera que os seus bebes morressem. Disseram-me que isto foi um momento de histeria. Próximo estava uma enfermeira que aparentemente chamou a emergência médica e eles transferiram-me para um hospital.

Ali fiquei, mais ou menos, três meses. No princípio não havia muita esperança, pois eu pesava somente 900g. Hoje, já sobreviveram bebes menores do que eu. Acabei por sobreviver e sair do hospital sendo entregue a uma ama. A minha paralisia cerebral foi atribuída ao aborto. Disseram à minha ama que era muito duvidoso que eu chegasse a gatinhar ou andar. Na altura eu não me conseguia sentar sem ajuda. Graças às orações e à dedicação da minha ama e, mais tarde, de muitas outras pessoas, acabei por aprender a sentar-me sozinha, a gatinhar e a ficar de pé. Comecei a andar com muletas pouco antes dos 4 anos. Fui legalmente adotada pela filha da minha ama, Diana De Paul, alguns meses depois de começar a andar. O “Department of Social Services” não me permitia ser adotada antes disso.

Continuei a fisioterapia por causa da minha deficiência e, depois de quatro intervenções cirúrgicas, posso agora andar sem ajuda. Nem sempre é fácil. Algumas vezes caio, embora depois de cair durante 19 anos tenha aprendido a cair graciosamente.

Estou contente por estar viva. Quase morri. Todos os dias agradeço a vida a Deus. Eu não me considero um subproduto da concepção, uma massa de tecidos, ou um qualquer dos títulos que se dão às crianças que ainda não nasceram. Eu não considero que as pessoas concebidas sejam alguma dessas coisas.

Conheci outras pessoas que sobreviveram a um aborto. Todas estão reconhecidas à vida. Há alguns meses atrás, conheci outra menina que sobreviveu a um aborto por solução salina. Chama-se Sara. Tem dois anos e tem também paralisia cerebral, mas o seu diagnóstico é reservado. Ela é cega e tem muitas cicatrizes. O abortador, além de injetar a solução no útero da mãe injeta também no bebe. Em Sara foi injetada na cabeça. Eu pude ver em que parte da cabeça isto lhe foi feito. Quando falo, faço-o não somente por mim, mas por todos os outros sobreviventes, como a Sara, e por aqueles que ainda não podem falar…

Hoje, um bebe só é bebe quando vem na altura certa. Quando a altura não é certa, é um monte de tecidos ou outra coisa qualquer. Um bebe é um bebe quando um aborto espontâneo ocorre aos 2, 3 ou 4 meses. Um bebe é tecido ou massa de células quando o aborto é provocado aos 2, 3 ou 4 meses. Porque é isto assim? Eu não vejo diferença nenhuma. Que diferença vêem os senhores? Muitos fecham os olhos…

Para defender a vida a melhor coisa que eu lhes posso mostrar é a minha vida. É um grande dom. Matar não é a solução para nenhum problema ou situação. Mostrem-me que matar é solução. Há uma citação no topo de um dos edifícios do Capitólio que diz: “Aquilo que é moralmente errado não pode ser politicamente correto”. O aborto é moralmente errado. O nosso país está a verter o sangue de inocentes. A América está a matar o seu futuro. Toda a vida tem valor. Toda a vida é um dom do nosso Criador. Temos de receber e cuidar os dons que nos foram dados. Temos de honrar o direito à vida.”

Triste consequencia do aborto

24 milhões de homens chineses não terão com quem se casar
 
Esta é mais uma triste conseqüência do aborto na China. A fonte de notícias Zenit informa que “até o ano de 2020, mais de 24 milhões de homens chineses em idade de se casar não poderão fazê-lo por falta de mulheres”. Isto foi constatado pela Academia Chinesa de Ciências Sociais, e publicado num Relatório intitulado “A estrutura social da China contemporânea”. Os abortos seletivos e infanticídios de recém-nascidos de meninas têm eliminado a vida de milhões delas e estão provocando um desequilíbrio na proporção de homens e mulheres da população.
 
Desde a década de 70 a China impôs a política do “filho único” por família, e os abortos seletivos iniciaram-se na década de 80, quando se tornou possível, por meio de exames ecográficos, identificar o sexo do feto antes de seu nascimento. Já em 1982, o desequilíbrio entre número de homens e mulheres era de 108 homens para cada 100 mulheres. Em 1992, dez anos depois, essa desproporção já era de 111 homens para cada 100 mulheres. Em 2005, era de 119 homens para cada 100 mulheres. E hoje maior ainda. Os casais preferem ter um único filho homem, por isso impedem o nascimento das meninas.
 
Segundo o relatório, as razões para os desequilíbrios são complexas e variam de região para região. Segundo o pesquisador Wang Yuesheng, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, “a oportunidade de se casar será distante para um homem com mais de 40 anos. Isso aumentará sua dependência em relação ao sistema de seguridade social à medida em que envelhece e tem menos recursos próprios”.
 
As dificuldades de se encontrar uma esposa em algumas regiões da China provocam também situações que atentam contra a dignidade da mulher, como matrimônios forçados, exploração da prostituição e até mesmo raptos em países vizinhos.